A “mágica” da terapia

Por Ana

 

“Terapia é coisa de louco…

Deus me livre! 

Tenho mais o que fazer!

Imagina se vou gastar meu dinheiro $ com esse papo furado…

Eu consigo resolver os meus problemas sozinho.

Hã? Você acha que sou louco?

Que tenho problemas?

Que não consigo resolver os meus problemas?” – e por aí vai…

Fazer terapia não é um processo simples e nem indolor. Precisa muito peito, muita raça, coragem e uma dose de confiança.

Acreditar que é capaz de se transformar… Porque o terapeuta não vai fazer milagre. Ele vai apenas facilitar o seu processo de desenvolvimento até onde você quiser ir (e olhe lá!).

Ele não pode lhe forçar a ir por caminhos que você não quer ir. Não pode lhe empurrar “morro abaixo” e dizer: “se vira”! Não pode lhe jogar num quarto escuro e dizer: “procura a luz!”… Isso seria maldade e não terapia (embora alguns “pseudoterapeutas” equivocados possam achar que sim).

Terapia é confiar no processo de desabrochar. É confiar que se pode chegar lá. É saber que o outro sabe quando estará pronto para entrar no quarto escuro (e que não adianta apressar as coisas, simplesmente porque não vai rolar).

É aceitar que o outro – no papel de paciente/cliente – possui sua própria cura em seu interior, por baixo da ferida, por trás da lágrima… É saber que, enfim, muito pouco se sabe como realmente ajudar essa pessoa, porque quem se ajuda, no fim, é ela mesma.

É ela quem dá os passos à frente, que segura na mão do terapeuta (às vezes, para não tropeçar), e enfrenta. Que é ela quem terá sua própria vida na mão, com autonomia, sua “alta” e independência.

A alta de um paciente (quando ele está pronto para partir) não vem como um fim de um processo. Mas como um reinício, uma “rechegada” (inventei essa palavra!) de onde nunca se partiu. Vem ao encontro de si mesmo, numa perspectiva ainda mais ampla e elevada. Vem com o sabor do triunfo e da vitória sobre a dor, a doença e a morte.

A “mágica” da terapia é este eterno recomeçar, recriar, reconstruir… É um marco de onde se alcança um novo ponto de vista, um maior autoconhecimento: o conhecimento mais elevado que se possa ter…

É chegada a hora de se enfrentar. Se você ainda não começou, tenha coragem!

Garanto que valerá a pena e você sairá mais fortalecido como nunca antes pudera imaginar.

Confie,

Entregue,

Aceite e

Agradeça – como ensinou tão belamente o querido Professor Hermógenes…

Abra seu coração ao amor e à transformação, à cura que vem de dentro – profunda e duradoura. Amém!

 

Em homenagem às terapeutas que caminham comigo, assim como aos colegas de profissão.

 

Ana Carolina Reis