A força da imperfeição

Por Aurora
Como tirar força do que é imperfeito?
Se o próprio nome já diz: não é perfeito? – questiona minha mente virginiana, crítica e interrogadora.
O que é ser perfeito nesse mundo de imperfeição? – pergunta minha mente sábia.
Será isso possível?
Perfeito no dicionário significa: “que não há defeitos; que está terminado”…
E há alguém na face dessa Terra que tenha terminado o jogo? Que não possua nenhum erro de caráter, nenhum egozinho negativo?

Me lembro do trecho de um livro do Joshua David Stone, em que ele traz que até Sanat Kumara, um mestre em treinamento para assumir um posto avançado da Hierarquia na Terra ainda tinha vestígios de ego negativo.

E o que faz esse ego conosco?

Nos faz sentir separados de Deus e da Criação, nos faz ver e perceber a dualidade, onde só há a unidade, a consciência átmica, a consciência búdica, a consciência divina (seja qual nome for).
E quando isso estará terminado, se nem mesmo Deus terminou Sua Criação? Se somos cocriadores e manifestamos a todo tempo nossa realidade? Aliás, o que temos criado?
O que estamos vivenciando: a unidade ou a consciência dual?️
O imperfeito é o ‘barro’ onde moldamos nossos pensamentos, onde guiamos a energia e escolhemos criar a nossa realidade.
O imperfeito traduz a ideia de incompletude, defeituoso. O que está incompleto em nós? O que buscamos fora de nós?
O que já está ao nosso alcance?

Existe um ‘defeito de fábrica’, por acaso, um ‘pecado original’? O pecado é o erro, a visão dual onde só existe um. A única correção a se fazer é a conexão, através do amor, em um processo que nunca termina, que nunca estará terminado, ou seja, que é imperfeito.

É essa bela contradição que prega uma peça em nossa mente: conectar mente e coração é dizer adeus ao erro. É acolher com amor o que for, transformar o barro em artesanato e o chumbo em ouro, as dores em poesia, o resto se recria!

Se recicla, se nutre do que não é! O que é, é, e vai continuar sendo… Amém!
Ana